quinta-feira, 4 de abril de 2013

Punkspring 2013

Hora de um report do festival Punkspring, do último dia 31. Sim, desta vez um festival que não é de grupinhos idol. =D O nome do festival, um dos principais do Japão, é auto-explicativo. Voltado pro punk rock e realizado durante a primavera. Desde 2006 reúne bandas nacionais e estrangeiras, sendo que nos últimos anos passou a ter apresentações em Nagoya também (além de Osaka e Tokyo). Como todo festival com atrações internacionais, preço do ingresso lá no alto. E muitos nanbanjins marcando presença. Algo que eu não gosto. Não é por ser preconceituoso (até porque aí eu teria preconceito... contra mim mesmo?!) mas porque... estrangeiros não sabem se comportar. Em particular aqueles que gostam de "pagar de malandro", como brasileiros e americanos. Onde tem muito destes gringos, tem lixo no chão, gente furando fila, brigas... no mínimo tem gente pentelha, que não sabe se divertir sem incomodar ou mesmo zuar os outros.

Ano passado já tinha ido e este ano fui novamente porque... apesar de meus interesses musicais terem mudado, tem certas bandas que fizeram parte de minha juventude e, morando no Brasil, nunca pude vê-los. Então, já que é possível fazer isto agora, porque não? Boa parte do que eu gostava já acabou. Outros ficaram simplesmente ruins. Alguns poucos continuam com qualidade e... desta vez não tenho muito do que reclamar (diferente do ano passado). Não é só o público, muitos artistas também não sabem se comportar, mas desta vez até que rolou tudo bem. Tirando um dos integrantes do Simple Plan (um com cara de emo) que ficou fazendo piadinhas bobas em inglês para zombar do público (se aproveitam da japonesada ser péssima em inglês e ser bem passiva. queria ver fazer essas piadinhas por exemplo no Brasil. ia sair do palco sob chuva de latinhas. =P ). Fora isso os demais foram bem profissionais, sem atraso nos shows, sendo simpáticos com o público, tocando e cantando ao invés de enrolar... e várias apresentações musicalmente muito boas.

Dia feio e chuvoso, felizmente o festival era realizado em dois palcos um ao lado do outro e dentro dos pavilhões do Makuhari Messe. É legal isso porque aí enquanto uma banda se apresenta num palco, no do lado já preparam para a seguinte, sem longos intervalos entre os shows. Do lado de fora só a venda de produtos oficiais, com fila enorme quando cheguei. Passei lá já no fim do dia, quando não tinha mais fila. Cara esperto é outra coisa, né. ;) Como de costume, estes festivais sempre têm boa organização e infra-estrutura, com área de alimentação espaçosa, muitos staffs, banheiros e lixeiras extras espalhados por aí... No Punkspring as coisas são apenas um pouco menos "pomposas", digamos assim, que em outros festivais. Nada de tantos enfeites e tals. Tinha apenas um palco com umas minas dançando ali num canto. Usaram três pavilhões, como num daiakushukai do AKB48, portanto a pista era bem ampla. Mas os telões enormes cumpriam bem o serviço. Durante boa parte do tempo fiquei mais no fundo, em alguns momentos até acompanhando sentado no chão. Sacumé, já estou velho pra muito agito. =P Bem, na verdade é porque eu não conheço mesmo o que está sendo tocado. Mesmo as bandas que eu sou/era fã eu já não acompanho a um bom tempo, faço a mínima idéia de como são as músicas mais recentes.


 Sem falar que nestes festivais com muito nanbanjin não gosto de ir pro "meio da galera" porque aí é cheio de gente que não sabe se divertir, nego querendo dar porrada de verdade no mosh e tals. No Japão é legal poder ir em shows de rock e se divertir com uma lealdade que eu não via no Brasil. E é legal também poder deixar sua mochila num canto sem que ninguém mexa nela. E poder sentar ou até mesmo dormir por aí sem ser incomodado ou roubado. Bem, os shows. Quando cheguei, já havia começado. Já estava na apresentação do SiM. Bela porcaria. Vá me desculpar mas não consigo respeitar bandas onde o vocalista (homem) passa rímel. =P (única exceção seria o Placebo, mas também, convenhamos, comparar a profundidade das letras do Placebo com estas tranqueiras por aí seria uma ofensa) Depois teve um tal de Title Fight. Pelo visto não era só eu quem não conhecia estes caras, porque grande parte do público estava cagando e andando. Na sequência, Mayday Parade. Algum dia, com um pouco de sorte, eles conseguem virar um Fall Out Boy. =P 

Depois, Namba69. Nova banda do Akihiro Namba, ex-integrante da antológica banda Hi-Standard, uma das mais importantes bandas punk nipônicas até hoje. Sempre com jeito malucão e fazendo piadas. Já tinha visto ele antes, assim como a banda seguinte, Totalfat. Até é legal o som deles mas... tem melhores por aí. O que não é o caso da próxima banda, Fear and Loathing in Las Vegas. Sou só eu ou mais alguém acha os arranjos eletrônicos das músicas deles incrivelmente irritantes? Mas tudo bem, depois o festival começou pra valer com ninguém mais ninguém menos que Lagwagon. Mais de vinte anos de estrada, difícil falar do punk rock americano sem passar por eles. Mesmo velhos eles ainda... caralho, como aquele guitarrista é grande! o___o O cara parece o Tropeço da família Adams. Ou o Gigante Silva, sei lá. MEDO. Mantendo o ritmo, uma de minhas bandas favoritas: Man with a Mission. Hora de agitar ao som de uma das bandas nipônicas mais interessantes a surgir nos últimos anos. Eu daria um rim por uma máscara daquelas, fala sério. Depois, outra banda americana lendária, Pennywise. Não sei explicar bem o porque, mas das bandas daquela geração é a que eu sempre gostei menos.

Em seguida, One Ok Rock, uma das bandas de mais sucesso no Japão atual. Mas algo me faz não simpatizar com eles... muito genéricos, talvez? Depois veio o já citado Simple Plan. O vocalista parece que vive numa banheira de formol, os anos passam e ele não muda nada! Ele é bem simpático e o público japonês adora a banda. O que é curioso, porque eu lembro que nos meus tempos de colégio era uma das bandas mais zuadas, pessoal era capaz de bater em você se disesse que gostava do grupo. Felizmente nunca gostei, apesar do som ser muito parecido com o de bandas que eu gostava... Na sequência, o ponto alto do festival: NOFX. O principal motivo de eu ir neste festival. Eu precisava ver eles ao vivo, ver como eram... e não me decepcionei. Fat Mike é um sarro. Toda hora fazendo piadas com o público, algumas politicamente incorretas e zuando outros grupos. ("ei cara, você está bebendo cerveja? pare com isto, jogue fora!". "nah, a gente pode beber, não somos o MxPx, relaxa") Ele já entra no palco segurando um drink na mão e pega uma baqueta para misturar. Em determinado momento dedica uma música aos negros e aí pergunta se tem algum negro ali no público. Alguns trolls levantam a mão e ele "ahn? Sem negros aqui? Como vocês são racistas!". Em outro momento dedica uma música aos franceses e aí novamente uns trolls levantam a mão e "ei! Espera aí. Você já tinha levantado a mão dizendo que é negro. Quer dizer que você é negro E francês?!? Nossa, cara... você está muito ferrado". kkkkkkkk

Várias vezes ele falou do como o som deles é ruim e se mostrou surpreso "caramba, conseguimos terminar a música sem errar!". kkkkkkk A real é que com trinta anos de estrada, não acho um exagero considerá-los a maior banda de punk rock de todos os tempos. Certamente a maior banda independente eles são. E uma das mais influentes também. E despojadas. O melhor (para mim) é que tocaram uma setlist quase que só de músicas das antigas, como "Don't Call Me White", "Stickin' in my Eye", "The Brews", "Linoleum", "Franco Un-American"... Para encerrar o dia, Weezer. Eles eu acho que já vi antes... O Rivers é um nerd mesmo, se deu ao trabalho de aprender um monte de coisa em japonês... Tem cara de quem aprende um pouco de cada língua dos países por onde passam... Tudo bem que a banda tem um estilo e um som bem diferentes das demais e talvez até pareçam meio deslocados num festival chamado "punkspring"... Mas vamos dar um desconto, vai. Os caras são simpáticos, músicos competentes, vinte anos de estrada, passearam já pelas mais diversas vertentes do rock, fazem bastante sucesso no Japão... Ficaram encarregados de encerrar o festival e o fizeram muito bem. Não teve Heavy Rotation, infelizmente, mas o Rivers arriscou uma música lá em japonês. Misturaram músicas antigas e mais recentes, nitidamente procurando fazer uma setlist mais "pesada" pra combinar melhor com o festival.

E assim termina o report e eu espero nos próximos dias colocar direito os assuntos em dia por aqui. ^__^'

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