quinta-feira, 6 de março de 2014

Visitando o Ushiku Daibutsu

Sim! Alguns dias de espera por um novo post valeram a pena! Até porque dessa vez não é mais um post qualquer sobre idols. E sim, finalmente, um post novo sobre viagens. Sobre um passeio que eu fiz a alguns meses atrás mas que por pura preguiça eu não postei nada a respeito aqui. ^__^' Antes tarde do que nunca, não é mesmo? Foi uma viagem até Ibaraki-ken, província vizinha de Saitama e Tokyo. Mais precisamente até a pequena cidade de Ushiku, no sul da província, a uma distância de Tokyo semelhante à do aeroporto internacional de Narita (que fica a sudeste dali). Mas nem cheguei a passar pela cidade direito, o destino era na área rural do município. No meio do nada, para ser mais claro. Perdido em meio a bosques e plantações fica o imponente Ushiku Daibutsu, maior estátua do Japão e atualmente a terceira maior do mundo. Tem um total de 120 metros de altura (o Cristo Redentor, por exemplo, tem menos de 40), realmente gigaaaaaaante. Construída em 1993 em referência ao Buda Amida, é feita de bronze e fica em cima de um prédio que abriga museu, salas para estudo/meditação e uma coleção de estátuas de ouro. Em volta, um grande e florido parque com jardins, lago e um pequeno parque de animais. A estátua foi feita em comemoração ao nascimento do monge Shinran, fundador da escola budista Jodo Shinshu (umas das quatro vertentes do budismo com mais seguidores no Japão, as outras sendo Zen, Nichiren e Shingon). Normalmente quando se fala em grandes estátuas de Buda no país, logo pensam nas estátuas (também de bronze) do Toudaiji e de Kamakura. Mais famosas, elas também são impressionantes, mas são bem menores por um motivo simples: nelas o Buda está sentado, enquanto em Ushiku ele fica de pé.


Para chegar lá não tem outro jeito. Só de carro (ou ônibus). Após chegar no estacionamento, você primeiro passa por uma 'viela' de lojinhas com bugigangas e então se depara com o portão de entrada. Paga uns trocados pelo ingresso e começa então a passear pelo parque, muito bem cuidado. Espalhados pelo caminho você encontra: uma réplica da cabeça do Buda; local para colocar pedidos; um portal com um sino que você deve bater em reverência ao atravessá-lo; um grande lago; jardins de flores (como fui no outono não estava tão florido assim. na primavera certamente o local fica ainda mais bonito) e outro laguinho com uma correnteza, já perto da base da estátua. Ali você pode comprar uma ração para alimentar as famintas carpas que se debatem quase saindo da água. (suspeito que os monges não devem alimentar nunca esses peixes)


De longe já é grande, mas de perto a estátua impressiona ainda mais, até pela riqueza nos detalhes. O Buda fica sobre uma plataforma de flor de lótus. Antes de mais nada, você deve tirar os sapatos e passar a carregá-los consigo num saquinho. (portanto, antes de ir pra lá, lembre-se de lavar os pés e não colocar uma meia furada ;P ) Num hall ouve umas instruções e passa então a caminhar pelo labirinto que é a base da estátua. No início é até meio futurista, escuro, com umas luzes coloridas se alternando... até chegar no museu. Ali, muitas imagens da construção da estátua, miniaturas, maquetes, réplica do dedão... No final do percurso, o elevador para subir até o observatório. São 85 andares até a altura do peito do Buda. Lá em cima são dois andares, com venda de bugigangas no inferior e as pequenas janelinhas para observação no de cima. Elas ficam no peito e nas costas da estátua. Dizem que dá pra enxergar até a Skytree de lá, mas eu confesso que não consegui ver necas.


O que eu consegui ver bem claramente foi um cemitério ali na redondeza... ^__^ Na descida você já passa por um caminho diferente da entrada. Dentro do prédio de quatro andares (aqui é na base da escadaria, nada de elevador), o mais impressionante é o terceiro, onde ficam cerca de 3000 mil estátuas de ouro. Algumas com nome, outras sem. Haja investimento hein? (isso se forem inteiras de ouro mesmo né, de repente são só banhadas...) Você passa por umas salas de estudos, rezas/meditação, altares... ao sair, pelo outro lado da base, você já depara quase que de frente pro caminho que vai até o parque dos animais. Além de brinquedos para as crianças e muitos bancos, você encontra cabras, coelhos, macaquinhos... dá pra alimentar e ficar encostando na bicharada.


Agora, sem dúvida nenhuma a grande atração são os esquilos. Eles ficam escondidos dentro de umas casas de madeira, mas com um pouco de paciência você consegue atraí-los para fora. Uma graça. Se você quizer, pode ficar dando umas voltas pelo parque e suas várias trilhas. No jardim principal, pode entrar para caminhar em meio às flores (e se quizer, pode colher algumas e comprar). No final das contas, apesar de ser meio afastado e um destino de viagem não muito frequentado pelos turistas gringos em geral, vale a pena pra quem for passear pelo Japão conhecer o local. Um belo refúgio nas redondezas da capital.

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